“Estou com imensa raiva de mim. Se pudesse estrangulava-me!”
Esta pessoa debate-se com um crítico interno violento que depois se somatiza em tensões e bloqueios físicos e gera falta de clareza mental sobre o que ela quer ou precisa. Incapaz de se conectar com as suas emoções e usar a raiva de forma saudável para afirmar a sua posição perante os outros… essa energia faz ricochete e volta-se contra a própria pessoa.
Apesar de todo o trabalho realizado na sessão, parecia que a consciência estava blindada e não conseguia transpor as estruturas desse crítico. Qual era a saída?
Ao fazer-me esta pergunta, o meu corpo relaxou, afundou e entregou-se nas costas da cadeira. Foi um mergulho tão profundo como se estivesse no fundo do mar onde intuía os ecos das baleias. O crítico estava lá em cima, deixa-o lá!
Lentamente a cliente pode ligar-se a esse estado mais profundo do seu Ser, seguindo a atmosfera do que começou a emergir em mim. A certo momento dizia-me com espanto que se sentia a nadar em cima de uma baleia! Ela pode relaxar enquanto sentia que a baleia deslizava nas profundezas do oceano, subia até à superfície, saltava, batia na água, descia…
“Posso relaxar profundamente e apenas navegar as emoções, subir, descer, fluir.” – disse-me a cliente à medida que ia integrando o significado daquela experiência onírica. E depois rematou: “O crítico não sou eu. Ele é um parasita que eu alimento. Ele não é maior do que eu. Eu sou maior do que ele.”
Nesta sessão a pessoa teve a experiência de se descolar do crítico, de se desidentificar desse processo psicológico e encontrar o caminho para relaxar em si e fluir na sua experiência viva.
Cristina Coutinho
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