Em 2018 eu apaixonei-me pelo Process Work. Em 2019, iniciei uma licença sem vencimento para poder parar e repensar o meu percursode vida e profissional... passado o choque de me deparar com o vazio, percebique o meu caminho passava por aquela coisa mágica que eu tinha descoberto noano anterior.
Investiguei as diferentes escolas de Process Work eofertas de formação e não havia uma resposta óbvia para mim. E nesse atritocompreendi que precisava de me tornar mais ativa. Não bastava ir passivamentebater à porta de uma escola para adquirir conhecimento... eu precisava de criara escola!
Essa perceção interna deixou-me perplexa, masrespeitei-a e tornei-me ativa. Desafiei colegas que tinham estado comigo nosworkshops em Lisboa e começamos a estudar juntos: ler livros em conjunto, fazerexercício, facilitar processos.
Em 2020 tive possibilidade de participar no ProcessWork Winter Intensive, um curso intensivo de 5 semanas promovido pelo ProcessWork Institute, em Portland. Ganhei uma visão - vivência global do paradigma doProcess Work, mas isso só fez aumentar a minha sede de aprendizagem!
Voltei, continuei o estudo informal com os meus colegas em Portugal enquanto olhava com espanto para aquela ideia de criar uma escola. Como posso criar uma escola e ensinar algo que ainda estou a aprender?
Esse conflito continuou latente em mim, até que meperguntei: como é a escola que gostarias de criar? É uma não-escola onde aprendemos com o processo, ou seja, com o misterioso desdobrar da vida dentro e fora de nós. O processo de cada um é o seu professor e eu suporto os contextos de aprendizagem.
E aí tive um insight: criar contextos de aprendizagem eu sei fazer! Na verdade, isso é o que eu faço desde o início. Esse é o meu estilo. Essa é a minha forma de partilhar aquilo que sei e aquilo que me apaixona. O meu sonho de escola é uma não-escola e a minha noção de professor é um facilitador de aprendizagem. E agora que sei isso, quero fazer mais daquilo que já faço!
Sincronicamente, num dos grupos de estudo, começamos há dias a ler e a praticar o livro “Your Unique Facilitator Style” da Amy Mindell. A Amy demonstra que quando o nosso trabalho implica a interação com pessoas, cada um tem o seu estilo próprio na forma como usa o conhecimento que adquiriu.
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"There is something alittle (or a lot) different about you and the way you use all you have learned.This uniqueness brings your work to life and is one of the central reasons thatpeople are attracted to work with you, or continue to work with youovertime."
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"One of the greatestparadoxes about your individual style is that, although it is basic to yournature, you're probably not quite aware of it."
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"When you are in tunewith your own special way of working, you will have a greater sense of ease inyour work and have the feeling of being 'at home' in all that you do. "
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Para mim isto tem algo de mágico e de redentor!Primeiro é um descanso desistir de encaixar num molde que não é o nosso.Depois, o nosso molde, a nossa forma, é bela, única, natural e sem esforço!Cada um a expressar-se no seu próprio estilo autêntico, na minha imaginação transforma a humanidade num jardim vibrante de cores e formas. Qual é a tua?
Cristina Coutinho
Texto originalmente publicado em: https://www.facebook.com/cristina.coutinho/posts/10158416575932201